O desabrochar missionário na era profética
A mensagem dos profetas quanto ao seu impulso missionário de propósito e salvação divina é clara e pronunciada. Portanto, entender a universalidade nos profetas reforça a idéia que o Antigo Testamento não contém missões, mas é por si “missões” no mundo.
Os profetas pré-exílio
Os profetas pré-exílio ministraram em um período de tempo de aproximadamente 175 anos (800-625 a.C.), portanto, todos esses profetas apresentam pelo menos uma alusão sobre universalidade.:
- Obadias, Jonas e Naumdedicam todas as suas mensagens as nações não Israelitas (Edom e Nínive).
- Joel, Amós, Oséias, Isaías, Miquéias, Sofonias, Habacuque, dedicam suas mensagens a Israel.
Sofonias, no dia do Senhor, retrata que o julgamento de Deus irá se estender a todas as nações da terra (1.2,3; 3.8), por isso todos irão honrar o Senhor (2.11), e todos irão conhecer o seu poder de salvação (3.19,20).
Habacuque estabelece três princípios básicos de relevância universal: (1) o princípios universal da justificação pela fé, (2) um conhecimento universal da glória do Senhor (2.14), e um culto universal do Senhor (2.20).
Joel, dirigindo-se a Judá e prevenindo toda a terra sobre o terrível julgamento do Senhor, que recairá sobre “todas as nações”(2.20; 3.4,6,8-9), também conta sobre as futuras benção, que as nações irão compartilhar a benção do Espírito (2.28) e depois do julgamento, paz (3.9-12).
Amós, como profeta da justiça social que se baseia na justiça pessoal, apresenta uma universalidade mais implícita, apresentando Deus como Juiz e Salvador universal. Ele é o Deus das nações e ninguém escapa de suas observações, sua atenção e seu julgamento. Esse pensamento é expresso na mensagem de restauração que concluí o livro (9.7-12). A universalidade de Deus também é reforçada pelo seu controle e domínio cósmico (5.8,9;9.5,6).
Oséias, é um profeta que não se encontra a universalidade expressa, por focar expressamente a sua terra, Israel.
Isaías e Miquéias eram contemporâneos e podem ser considerados juntos. Isaías é o grande profeta internacionalista e um profeta de visão e dimensão cósmica. Ele não vê apensa Israel e as nações renovadas, mas os céus e a terra também. Resumidamente, Israel é apresentada com uma missão de testemunho e proclamação diante das nações (40.5; 42.1,6,7,10; 45.22,23; 49.6,26; 51.4,5; 52.10,15) e revela o combate da idolatria por Deus, exercendo julgamento severo das nações idólatras. A restauração de Israel contém belas promessas para as nações (55.4-5; 56.3-7; 59.19; 60.10-16; 61.5-11; 66.18-21).
Os profetas do exílio e pós-Exílio
Os profetas do exílio – Jeremias, Ezechiel, Daniel – e os profetas pós-exílio – Ageu, Zacarias e Malaquias – não acrescentam ou se estende sobre a visão de Isaías. Eles também não diminuem, modificam ou contradizem a descrição de Isaías do ministério de Israel e do Servo ideal de Jeová. A universalidade de Isaías permanece constante e normativa.
O último grupo de profetas citado, porém, trabalham duro para preservar Israel como um povo peculiar e moldá-la de acordo com o servo de Jeová.
Conclusão
Dessa forma, universalidade da salvação permeia todo o Antigo Testamento. Ela não é periférica, mas ao invés disso, compreende a intenção da revelação do Antigo Testamento, pois compreende o propósito dominante do chamado, da vida e do ministério de Israel.
O Antigo Testamento não contém missões; ele é por si “missões” no mundo.
Aplicação
- Resuma a manifestação da universalidade de Deus no Antigo Testamento.
Referência
PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro: Casa Bíblica das Assembléias de Deus, 2000, p. 144 – 156.