Nesses dias da guerra em Israel, temos visto o trabalho diplomático do secretário americano Antony Blinken. Mesmo tendo, atrás de si, o maior poderio militar do planeta, ele tem visitado os países do Oriente Médio, procurando dissuadi-los de entrarem no conflito. A diplomacia utiliza o poder da palavra para que as armas não sejam necessárias. A Bíblia também fala sobre esse tipo de negociação nos tempos antigos, pela qual os embaixadores, como representantes dos reis, se dirigiam a outras nações para fazer propostas em defesa dos interesses dos seus povos de origem.
Nesse sentido, o Senhor Jesus disse:
“Qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz” (Lucas 14:31,32).
Nesse caso, o exemplo trata de um rei em desvantagem, que procura uma negociação que lhe seja favorável.
Em outro contexto, a bíblia compara os pregadores aos embaixadores:
“O que prega a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde” (Provérbios 13:17).
Assim, missionários e evangelistas são mencionados como embaixadores do Reino de Deus. Foi assim que Paulo se identificou:
“Para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar” (Efésios 6:19,20).
“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5:20).
“Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo” (2 Coríntios 8:23).
Tudo isso nos ensina preciosas lições. Em certo sentido, todo cristão é um embaixador, pois todos devemos anunciar o evangelho. Embora o embaixador ocupe uma posição de grande honra, ele deve ter humildade suficiente para reconhecer que não é a autoridade máxima, mas apenas um representante do rei ou presidente.
Tal representação envolve grande responsabilidade, pois o representante deve viver, agir e falar à altura do seu papel, sendo motivo de grandeza e não de vergonha para o seu país. Da mesma forma, não podemos ser motivo de escândalo para o reino de Deus.
Também é importante lembrar que a mensagem do diplomata não é dele, mas daquele que o enviou. Nós também não podemos inventar doutrinas nem ensinamentos espirituais diferentes do evangelho bíblico.
Assim como o embaixador, no exercício da sua missão, encontra-se fora da sua pátria, o mesmo acontece conosco. Não pertencemos a este mundo, mas somos cidadãos do reino dos céus. O trabalho do embaixador tem um tempo e um propósito. Ele vem antes do exército. Rejeitá-lo pode significar a morte.
Assim, os pregadores do evangelho estão espalhados por todo o mundo, antes que venha o dia do juízo. A diplomacia envolve propostas e respostas. Todo homem precisa responder positivamente ao apelo do evangelho, aceitando sua proposta de paz e tornando-se um súdito do reino eterno de Cristo.
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Pr. Anísio Renato de Andrade é analista de sistemas, pós-graduado em Tecnologia da Informação e bacharel em Teologia. Pastor auxiliar na Igreja Batista da Lagoinha e vice-presidente da Associação Oni Movement.