Em Gênesis, os israelitas eram apenas uma família, mas o livro de Êxodo marcou o início da história de Israel como nação.
Naquele contexto, Deus chamou Moisés e lhe deu uma missão impossível: retirar os hebreus do Egito. Como ele poderia apresentar-se diante do trono de Faraó e dizer “deixa o meu povo ir”?
E, ainda que alguém tivesse a coragem de levar tamanha exigência diante do rei, como faria para convencê-lo a libertar tantos escravos, que lhe eram extremamente úteis?
Tal é o desafio, em todos os tempos e lugares, dos missionários que, em nome do Senhor, enfrentam o inimigo para libertar aqueles que vivem sob o domínio das trevas.
Faraó e os deuses do Egito representam Satanás e seus demônios. Diante deles nos apresentamos, em nome de Jesus, para que inúmeras almas sejam libertas e salvas.
No palácio do Egito, Moisés não se apresentou apenas com palavras, mas com demonstração de poder, com sinais e maravilhas. Além disso, o Senhor derramou dez pragas sobre aquela terra para mostrar a sua soberania.
Finalmente, o povo de Israel foi liberto e, com grande alegria, saiu dos domínios de Faraó.
Entretanto, não se tratava do fim da jornada, senão apenas do seu início. Saindo do Egito, entraram no deserto. Começava ali a segunda etapa da missão de Moisés: conduzir os israelitas até Canaã.
A vida cristã também tem essa etapa intermediária. A conversão é apenas o início. Em seguida, vem um longo caminho, de obediência e santificação durante toda a vida, até chegarmos aos portais da glória celestial.
Assim, além do trabalho que os líderes têm de conduzir as pessoas ao arrependimento e à mudança de vida, existe a necessidade de um acompanhamento constante rumo ao crescimento espiritual e à maturidade. Certamente, essa parte da missão precisa contar com outros ministros, conforme a especialidade de cada um. Por isso, o Senhor estabeleceu a diversidade de dons em sua igreja, principalmente os dons ministeriais dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.
Na sequência, Moisés conduziu os israelitas durante a peregrinação no deserto durante 40 anos. Aquele foi um tempo de enfrentar, não ao Faraó, mas às inclinações carnais e aos desejos pecaminosos. Foi um demorado processo para que eles pudessem se livrar da cultura egípcia e aprender a lei do Senhor.
Finalmente, quando chegaram a Canaã, iniciou-se a terceira etapa da missão: a conquista da terra prometida. Dessa vez, Moisés não seria o responsável pela incumbência. Devido à sua falha, ao ferir a rocha, o Senhor lhe disse: “Não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei” (Num. 20.12).
Naquele momento, Josué entrou em ação para que Israel enfrentasse os gigantes, tomando posse da terra.
Tudo isso nos mostra que a nossa caminhada com Deus tem várias etapas, com desafios crescentes. Durante toda a jornada, o nosso trabalho é árduo, mas dependemos das ações sobrenaturais do Senhor. Sobretudo, precisamos viver em vigilância e obediência, pois o inimigo está sempre disposto a nos combater.
Apesar de todos os percalços da história, Israel prevaleceu e continua na terra que o Senhor lhe deu. Da mesma forma, a igreja vencerá, pois, como disse o apóstolo Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”? (Rm.8.31).
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Pr. Anísio Renato de Andrade é analista de sistemas, pós-graduado em Tecnologia da Informação e bacharel em Teologia. Pastor auxiliar na Igreja Batista da Lagoinha e vice-presidente da Associação Oni Movement.