O texto de 1º Reis 13 nos fala a respeito de um profeta que ouviu o chamado divino e saiu da sua terra, em Judá, para cumprir uma difícil missão em Israel. A narrativa nos mostra sua sintonia espiritual com Deus, bem como sua atitude de obediência imediata. Naquele tempo, os israelitas se encontravam imersos na idolatria, adorando dois bezerros de ouro, um na cidade de Betel e outro em Dã.
O profeta foi e cumpriu a ordem do Senhor, profetizando contra o altar idólatra do rei Jeroboão. Seu pronunciamento foi feito na presença do rei, deixando evidente sua grande ousadia.
A palavra declarada teve efeitos instantâneos, pois o altar se rompeu ao meio. O rei estendeu o braço, mandando prender o profeta, mas sua mão se ressecou imediatamente. Então, Jeroboão clamou por misericórdia, o profeta orou e o rei foi curado.
Tudo isso nos mostra uma sequência de fatos impressionantes que devem ter produzido, naquele homem de Deus, um forte sentimento de dever cumprido.
Todavia, a história não acaba nesse ponto. As instruções do Senhor incluíam, ainda, o retorno do profeta à sua terra. Ele não deveria ficar em Judá, mas voltar por um caminho diferente daquele utilizado na ida. Além disso, não poderia parar para comer nem beber.
Foi nessa parte que o profeta errou, ao ser abordado por outro mensageiro que lhe ofereceu pão e água. Assim, ele comeu, bebeu, e, quando voltava para casa, foi morto por um leão.
Sua história de sucesso terminou em tragédia. Depois de cumprir o que parecia ser a parte mais importante da missão, aquele homem relaxou em sua vigilância e isto lhe custou a vida.
Afinal, qual seria o problema de parar um pouco para comer e beber? Muitas vezes, cumprimos ordens divinas que não compreendemos. De fato, não fomos chamados para compreender, mas para obedecer.
O profeta tinha feito o mais difícil, mas falhou na parte fácil. A ordem de retorno era simples, mas a desobediência seria fatal.
Muitas vezes, tentamos justificar nossas atitudes erradas. Naquelas circunstâncias, talvez diríamos: “Não é pecado comer pão e beber água”; “Foi Deus quem fez a água e o trigo”; “Minha necessidade física é legítima e natural”.
Nossos argumentos podem ser muito bons, mas nenhum deles justifica a desobediência. Embora a fome seja normal, o profeta podia ter jejuado um pouco, durante sua curta viagem.
Essa história traz várias lições para todos nós, servos de Deus na atualidade. Aquele antigo missionário demonstrou possuir várias qualidades que nos servem como exemplo. Entretanto, ele também tinha alguns defeitos que impediram seu pleno sucesso.
Precisamos tomar cuidado para que, depois de grandes vitórias, não venhamos a falhar nas pequenas coisas.
Sobretudo, precisamos vigiar em relação a pessoas que querem nos desviar do caminho, o que pode nos colocar ao alcance do inimigo.
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Pr. Anísio Renato de Andrade é analista de sistemas, pós-graduado em Tecnologia da Informação e bacharel em Teologia. Pastor auxiliar na Igreja Batista da Lagoinha e vice-presidente da Associação Oni Movement.